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Cultura para Todos!

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Os melhores parques e jardins de Lisboa

Do Jardim da Estrela a Monsanto, espaços verdes não faltam na cidade. Descubra os melhores e o que pode fazer em cada um deles

 

Quer refrescar-se mas está farto da fila da ponte? Não quer lutar por um sítio onde estender a toalha? Em Lisboa há parques e sombras para todas os gostos e nós escolhemos os melhores para brincar com os miúdos, ler um livro ou fazer um piquenique.

 

Jardim do Cabeço das Rolas

 Parque das Nações

Cento e trinta e nove degraus. Leu bem – e nós sacrificámos as pernas para confirmar: 139. Para chegar ao ponto mais elevado do Parque das Nações (não estamos a falar da Torre Vasco da Gama), é preciso subir pelo menos 104 degraus, havendo para os restantes 35 uma rampa alternativa. Contas feitas, caso queira passar um bom bocado com o seu bebé numa zona verde escondida entre os arranha-céus de empresas e apartamentos da Expo, troque o carrinho pelo sling e suba até ao Cabeço das Rolas. Lá em cima tem áreas relvadas generosas para estender a manta e apanhar sol ou petiscar. Também não faltam bancos de madeira à sombra e uma área de merendas com mesas e cadeiras de padrão navy. Tudo com uma vista para o rio Tejo e para a Ponte Vasco da Gama que só não é de tirar a respiração porque não podemos apagar em Photoshop a sede da Sport TV.

 

Jardim da Estrela

É o jardim. Plantado no coração de Lisboa, perfeito para ir para fora cá dentro. Foi desenhado há 174 anos (o aniversário é a 3 de Abril) naquela assimetria cuidada dos jardins tropicais (nestes cinco hectares há figueiras-da-Austrália e araucárias-de-Cook, castanheiros-da-Índia e cedros-do-Líbano). Tem um bom parque infantil onde os miúdos se podem espojar (a qualidade do areão é inspeccionada a cada 15 dias); meia dúzia de clareiras relvadas a pedir piqueniques e tardes de sorna com um livro (pode requisitá-los na biblioteca-quiosque, das 13.00 às 17.00, fecha domingos e segundas); e uma frota de bancos (um a cada vinte passos – acredite, nós medimos) a ladear o passeio público, que é também um dos melhores circuitos de corrida da cidade. A servir de apoio, duas esplanadas. O Quiosque Gengibre da Estrela funciona das 08.00 às 23.00, é uma boa opção para pequenos-almoços bucólicos a dar migalhas aos patos-reais, embora as tostas de cabra, manjericão e tomate (5€) sejam mais adequadas para o lanche; e o café restaurante Jardim da Estrela (junto à Basílica), que se aconselha para tardes de bola (ecrã gigante na esplanada) ou para trabalhar ao ar livre (wi-fi grátis). No primeiro fim-de-semana de cada mês, o ambiente é de feira. O Crafts & Design junta o melhor de uma nova geração de artesãos e designers, num mercado de rua que já se entranhou na agenda lisboeta.

 

Jardins Gulbenkian

Praça de Espanha

Vale sempre a pena saber que quando o termómetro ferve, um lugar no meio da cidade está invariavelmente fresco. Nos Jardins da Gulbenkian não faltam sombras no meio das árvores, mas também há zonas que são autênticos solários (se for preciso, arrefeça com um gelado da Ice Gourmet, do chef Bertílio Gomes). Há lagos, percursos de pedra, tartarugas com fama de morder e pássaros a perder de vista.

 

Monsanto

Está a ver um campo de futebol? Agora imagine... 900. Todos juntinhos. É mais ou menos essa a dimensão do Parque Florestal de Monsanto. Mas então, 'como escolher um canto para onde ir?', estará o leitor a perguntar-se. Nós damos uma ajuda, a começar pela óbvia mas incontornável Alameda Keil do Amaral, com os seus 1300 metros ideais para passear, correr, andar de bicicleta, skate ou patins. Se é um piquenique que quer fazer, ou estende a toalha no meio da mata ou tem quatro hipóteses com mais condições: o parque de merendas da Alameda Keil do Amaral, o jardim do miradouro dos Montes Claros, o Moinho do Penedo e a Mata de Benfica. Todos têm casa de banho, bebedouros e caixotes do lixo (muitas vezes ignorados... mas estão lá.) Se está a caminho e leva os miúdos no banco de trás, rume ao Alvito, com tendas, uma caravela e um comboio de madeira. Se, por outro lado, está sozinho e quer é relaxar, sente-se no miradouro Keil do Amaral e desfrute de uma das melhores vistas sobre Lisboa, o Tejo e a Ponte 25 de Abril.

 

Parque José Gomes Ferreira

Mata de Alvalade

É dos melhores parques de Lisboa para se fazer um piquenique. Tem árvores por todo o lado, incluindo oliveiras e alfarrobeiras, e duas zonas de mesas, uma delas com um grelhador em pedra. Aos fins-de-semana há quem vá logo pela manhã para marcar lugar e pode ser difícil meter a carne toda no assador. Em qualquer caso, não há nada melhor do que estender a toalha mesmo sobre a erva, no meio das flores. Escolha o pequeno vale, já do lado do quiosque. Aqui comem-se tostas mistas gigantes com orégãos, bons chás e, frequentemente, há DJs a tocar. Também pode levar o cão: o quiosque é um dos grandes pontos de encontro da canzarrada do bairro.

 

Parque Marechal Carmona

Cascais

Não podem ver um raio de sol que os cascaenses correm logo todos para a praia. Mas nem só de areia e mar se faz a linha: o Parque Marechal Carmona também é um óptimo destino para os dias com bom tempo. Tem relvados extensos, lagos, percursos românticos, uma mata com árvores de grande porte e um parque infantil dividido em três partes (uma para cada idade). Patos, galos e pavões passeiam-se sem vergonha, à espera da comida que os guardas não deixam ninguém dar. Situado em pleno bairro dos museus, entre a Casa das Histórias Paula Rego e o Centro Cultural de Cascais, este jardim criado na década de 40 recebe, todos os sábados, um mercadinho biológico, com fruta, verduras, compotas, pão e bolos regionais. Por vezes, é também cenário de aulas de ioga gratuitas.

 

Parque Urbano do Jamor

Pode levar o vestido das flores, os sapatos da moda, o chapéu de palha. Mas aqui o dress code é outro: fato de treino, leggings e ténis de corrida. Ideal para quem não consegue imaginar um fim-de-semana sem fazer desporto, o parque do Jamor é um verdadeiro ginásio ao ar livre. Sem jóia nem mensalidade. Tem pistas de corrida bem definidas entre as zonas verdes e os canais de água, está equipado com aparelhos de exercício enferrujados mas eficazes e até tem um circuito de 18 buracos de minigolfe (a sério: ainda alguém joga minigolfe?). Se levar os miúdos, há uma zona de recreio com construções em madeira dignas de pequenos Indiana Jones. Os mais radicais que não se entusiasmem com a parede de escalada. Há muito que está ao abandono. Mas se é aventura a sério que procura, pode sempre optar pelo Adventure Park. Com entradas a partir dos 6€, tem circuitos de arborismo com pontes de corda, túneis suspensos, obstáculos e slides. 

 

Quinta das Conchas

Lumiar

Cinco, seis, sete hectares? Isso é coisa de meninos. A área total da Quinta das Conchas, incluindo a vizinha Quinta dos Lilases e a mata, é de 26 hectares. Na principal mancha verde do concelho a seguir a Monsanto encontrar lugar para estender a toalha é garantido, mesmo naqueles fins-de-semana de sol em que todos os lisboetas se lembram de ir para o parque. Quer fazer um piquenique? Pode, tem mesas e bancos de pedra à sombra dos eucaliptos. Quer deitar-se a apanhar sol sem correr o risco de levar com uma bola na cabeça? Pode, a nave central com relva é tão grande que dá para todos. Quer ler o jornal ou uma revista sem ter de parar a caminho do jardim? Pode: numa das entradas, mesmo ao lado do café, há uma papelaria. Quer ir gastar a energia dos seus filhos, para eles dormirem que nem anjinhos toda a noite? Também pode – o parque infantil tem vários baloiços e escorregas.

 

Tapada das Necessidades

Em 1910, o Governo Provisório da República Portuguesa avisou: “A Tapada estará aberta ao público permanentemente, servindo para passeio (...) bem como para a lição das coisas ”. A declaração mantém-se actual e o parque botânico encaixado entre Alcântara e a Lapa, que terá inspirado Manet para pintar o seu famoso quadro Almoço na Relva, continua a ser um dos melhores spots da cidade para os fins-de-semana com bom tempo.

 

Vale do Silêncio

Olivais

Este parque é um mistério. Faz fronteira com uma das artérias mais movimentadas, barulhentas e – convenhamos – feias da cidade. Mas é tão tranquilo, verde, desafogado e silencioso que custa a acreditar. As pistas reservadas aos ciclistas estão impecáveis, tal como os aparelhos de exercício e as suas placas com sugestões de treino. A zona dedicada aos mais novos, com piso de areia para ninguém se magoar, e o campo de futebol e basquete são as únicas partes vandalizadas com graffiti. Mas podemos sempre dizer que é arte urbana e a coisa soa logo melhor. As cores do pulmão dos Olivais vão mudando ao longo do ano. Vá descobrir as de cada estação e, se quiser ficar à sombra, não se deixe dormir: as mesas de madeira por baixo dos choupos enchem rapidamente nos fins-de-semana mais quentes.

 

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